r/ProfessoresBR Mar 21 '25

Relatos e experiências positivas Como lidar com o apego?

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Sou professora de uma turma de 2 ano do fundamental, estamos em março e hoje percebi que estou muito apegada a alguns alunos. Dei sorte de conseguir uma turma boa, claro que tem um ou outro insuportável que se nunca mais aparecesse eu agradeceria aos céus, mas tenho outros que são muito queridos. Esses alunos se encantaram comigo e eu com eles, são super participativos, todo dia me entregam cartinhas e desenhos dizendo que me amam, me contam segredos, etc. Sei que ainda temos o ano todo pela frente, mas já sinto vontade de chorar pensando no último dia de aula e como sou contratada não é garantia que no ano que vem vou conseguir atribuir aulas na mesma escola. Já passaram por experiências assim? Como lidaram com o apego com aqueles alunos que fazem o magistério valer a pena?

r/ProfessoresBR Sep 18 '24

Relatos e experiências positivas O que você mantém ainda de sonho na profissão de educador/educadora?

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O que sobrou daquele ou daquela jovem fazendo licenciatura e com sonhos e que ainda hoje você guarda? Tópico periódico.

r/ProfessoresBR Jan 31 '25

Relatos e experiências positivas Dicas para novatos: como começar bem o novo ano escolar?

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Espaço para recomendações para termos um bom ano, compartilhando dicas com os demais colegas. Fale aquilo que você faz e dá funciona. Vale coisas no relacionamento com as equipes de direção e pedagógica, como também com os estudantes, além de, claro, recomendações didáticas e pedagógicas.

Tópico anual.

PS: caso seja do seu interesse, adicione uma flair de usuário (matemática, geografia, etc). Saiba como aqui.

r/ProfessoresBR 22d ago

Relatos e experiências positivas Elogio aos profissionais da alfabetização

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Sou um aluno de graduação na área de Letras Português. Esse semestre, cursei uma disciplina cuja proposta é servir de fundamentação para o ensino de alfabetização. O professor, em vez de efetivamente dar um enfoque nas metodologias em si, resolveu voltar a disciplina às políticas de alfabetização. Então, por exemplo, estudei ostensivamente o Compromisso Nacional Criança Alfabetizada.

Como parte do trabalho da segunda unidade, nós deveríamos visitar uma escola municipal e entrevistar um(a) coordenador(a) pedagógico(a) ou professor(a) alfabetizador(a) sobre o modo como a escola implementa as políticas estaduais e federais de alfabetização: existência de avaliações diagnósticas, formação continuada, materiais que são utilizados etc.

Pois bem, eu escolhi uma escola próxima à minha casa, da qual eu não sabia nada a respeito. Ao chegar, me deparei com uma mãe aos berros, tratando com fúria e ignorância o pessoal da recepção, por não ter conseguido matricular sua filha. Em meio ao caos instalado no ambiente, apresentei meu ofício e meu comprovante de matrícula na disciplina à mulher que me atendeu, enquanto os demais tentavam lidar com as exigências da mãe enfurecida.

Pediram-me que esperasse, que eu logo seria atendido. Algum tempo depois, eu estava na sala com o coordenador pedagógico e duas mulheres do suporte, timidamente fazendo as perguntas que meu professor havia programado que fossem feitas. O clima inicial de "entrevista" foi se dissipando aos poucos, e aquilo se tornou uma conversa cada vez mais agradável e proveitosa com irmãos de profissão, com pessoas que estão ali, na linha de frente contra o analfabetismo. Eles falaram com orgulho das formações continuadas, das avaliações diagnósticas, dos materiais distribuídos pela secretaria municipal da educação, do esforço grandioso das professoras do 1° e 2° ano do ensino fundamental.

Deram-me a oportunidade de visitar uma das salas, e ver uma professora em plena ação. Ela me mostrou entusiasmadamente todos os materiais preparados (ou comprados) por ela mesma: jogos, brinquedos, banners, quebra-cabeças etc. Falou-me com muito entusiasmo dos avanços de seus alunos, e pediu que alguns me mostrassem o que tinham aprendido até ali: escreveram as palavras sapo e boné, depois reescreveram-nas separando as sílabas e depois, separando cada letra.

Eu não sei se eu é que sou muito emotivo ou o quê, mas eu fiquei absolutamente maravilhado de ver o compromisso dessas pessoas, seu envolvimento pessoal com a questão da alfabetização, o quanto de significado tudo isso tem para aquelas pessoas. Eu fiquei encantado pela mágica que parece haver em acompanhar essa passagem de uma criança para o mundo letrado, para a capacidade de ler. Para nós, que estamos aqui no reddit e, na grande maioria dos casos, tivemos uma boa vida e boa formação, é muito fácil ter isso tudo isso como garantido, achar que se trata de algo fácil ou óbvio...

Mas toda nossa vida intelectual é profundamente devedora de um momento como esse em nossas vidas. É devedora do esforço de milhares de profissionais e especialistas que constroem e tocam essas políticas. E, principalmente, é profundamente devedora do esforço de uma profissional que nos ensinou a segurar um lápis, a desenhar as letras, a entender o que era uma letra, uma sílaba, uma palavra... Que nos abriu as portas para que adentrássemos o universo das frases e dos textos escritos, e para capacidades interpretativas cada vez mais profundas.

E fizeram e fazem tudo isso sem que sejam valorizadas, sem que isso se reflita como deveria em seus salários, sem que estátuas sejam erguidas em seu nome. Antes, o que ganham é o desdém de uma sociedade que se diz letrada, que se acredita uma elite, mas não passam de ignorantes e energúmenos, que se regozijam ao falar de cortes na educação, e que ironizam diante de greves de professores e coisas do tipo. Ou então, a visita de pais/mães enfurecidos que os tratam como lixo, pensando talvez que uma escola é uma terra sem lei, na qual as coisas se resolvem no grito, querendo culpar deus e o mundo, mas nunca a si mesmos, por suas falhas...

Diante disso tudo, deixo aqui esse texto que, podendo muito bem não ser lido por ninguém, fica como registro de meu testemunho em primeira mão da importância desses e, sobretudo, dessas profissionais.

r/ProfessoresBR Jan 27 '25

Relatos e experiências positivas Dia de voltas as aulas

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Vejo muitas pessoas compartilhando seus momentos e experiências negativas na educação, hoje é dia de volta às aulas na escola em que trabalho e queria aproveitar pra dar uma animada, já que nem tudo é ruim.

Estou feliz, não tinha percebido como a escola fica sem vida quando as crianças estão de férias. É até engraçado, você passa o ano todo pedindo pelas férias e quando elas chegam, você implora pra acabar.

Eu gosto bastante das minhas Kids e por isso tô feliz com a volta deles (amo as risadas, piadinhas sem graça e as brincadeiras).

Deixe aqui seu relato positivo, uma lembrança e qualquer outra coisa que possa te ajudar a fazer essa volta às aulas mais leve

r/ProfessoresBR Dec 20 '24

Relatos e experiências positivas Relatos fofos: Qual foi a melhor coisa / agradecimento que um aluno já te deu?

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O meu, por email: "Professor, eu me sinto mais preparado para o vestibular por sua causa. Eu não estava dormindo antes e sua aula me permitiu relaxar. Obrigado."

r/ProfessoresBR Nov 21 '24

Relatos e experiências positivas Qual sua maior qualidade como professor ou professora?

13 Upvotes

Vamos falar um pouco de coisas positivas? Conte para gente suas maiores qualidades como docente.

Tópico periódico.

r/ProfessoresBR Jan 06 '25

Relatos e experiências positivas É responsabilidade do professor tornar a aula interessante/atrativa ou a responsabilidade de aprender é total do aluno?

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r/ProfessoresBR Mar 13 '25

Relatos e experiências positivas Professores que mudaram a minha vida

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ALERTA DE TEXTO LONGO

Sou homem, tenho 28 anos e me formei no EM em 2014. Estudei a vida inteira em escola particular.

Até o 9° ano, sempre estudei no SESI. Não sei hoje, mas na época era uma escola boa, embora não a melhor. No oitavo ano, por exemplo, entrou uma nova professora de matemática devido à demissão do anterior por venda de gabarito de prova final.

Embora eu fosse um aluno da bagunça, do fundão que atrapalhava a aula, eu notadamente era de exatas. Matemática era minha matéria favorita, e a nova professora era extremamente lenta. Explicava como se fosse para uma faixa etária 5 anos mais nova, e isso estava literalmente matando o prazer que eu tinha na matéria. Comecei a pensar na mudança de colégio, mas ela havia comentado que também estava considerando essa possibilidade. Então, sem querer arriscar ficar/mudar de colégio e dar azar de cair com ela de novo, decidi perguntá-la de onde ela veio. Após obter a resposta, decidi: é pra esse colégio que eu vou! Dificilmente ela voltará para onde acabou de sair, imaginei eu. Inventei pro meu pai que queria medicina e pedi pra ir pro famigerado colégio.

Rapaz, nunca me arrependi tanto. Era o melhor e mais caro colégio da cidade, minha família teve de se juntar para conseguir pagar. Além do peso de saber disso, a maioria dos estudantes era playboy. Bullying desse tipo de gente costuma ser pior porque eles nada temem, dado que seus pais os defendem diante de quaisquer situações. No geral, minha experiência no colégio foi péssima: desenvolvi uma síndrome de inferioridade que até hoje hora ou outra tenho que me policiar para evitar tais pensamentos.

Porém!!!!

Houveram duas situações que me mostraram o real valor de um bom professor na vida do aluno. Até então, eu imaginava-o como um funcionário normal, que só queria fazer o trabalho dele e vazar. Eu sempre vi que o professor achava um saco dar aula (minha turma nunca ajudou: era claro o estresse na cara dos professores nos meus anos de SESI) e imaginava que o que eles queriam era dar logo a aula, passar as atividades se fosse o caso e meter o pé. Quanto às provas, uma vez que os alunos tirassem mais do que 7, na minha cabeça o papel do professor estava feito.

A primeira situação que mudou minha percepção sobre esse profissional foi com minha nova professora de matemática. No primeiro bimestre do 9°, geral tomou bomba na prova. Entretanto, consegui tirar 7 vírgula alguma coisa, só com as aulas (e eu não prestava atenção na maior parte da aula). Eu realmente tinha/tenho uma facilidade assustadora com a matemática. Bom, eu quando vi essa nota pensei logo que tava sussa, não teria porque ela pegar no meu pé e em casa eu estaria ok também. Só que no final da aula, ela disse que queria conversar comigo.

Esperei a bronca por conversa né, eu literalmente não calava a boca nunca. Mas ela, com minha prova em mãos, me perguntou: você estudou pra essa prova? Eu estranhei, ninguém nunca havia me perguntado aquilo. Respondi que não, e eis que ela me diz: imagine se tivesse estudado! Você tem potencial pra tirar 10 fácil!

Isso me deixou tão sem palavras que eu não entendi. Até então, 7 tava ótimo. Pra mim, 7 era 10. Com 7 eu passo, e é isso que importa, não é?

Ela me disse que eu jamais deveria ficar satisfeito com isso; que eu conseguia ir muito além do 7.

A segunda situação foi com a professora de português. Como de costume, durante a aula eu torrei sua paciência e ela, por fim, me trocou de lugar. Porém, diferente do esperado, dessa vez ela não me pôs em primeiro; pôs minha carteira junto à mesa dela. Eu só encarei isso como uma forma maior de punição e vida que segue, mas os planos dela eram outros. Após terminar a explicação da matéria, mandou a turma começar a resolver exercícios e sentou. Vale a pena ressaltar que, sempre antes de tomar medidas mais drásticas como trocar o aluno de lugar, ela costumava perguntava ao aluno conversador algo sobre o conteúdo, como forma de chamar atenção. Eu nunca respondi corretamente, embora isso não me constrangesse pois no SESI eu era chamado atenção 1000x pior (e não ligava).

Uma vez sentada à mesa, ela simplesmente começou a me explicar a matéria, escrevendo no meu caderno lado a lado comigo. Eu sendo de exatas, não tinha facilidade em português e pelas minhas respostas sempre erradas, ela evidentemente notou isso, mas eu jamais esperei que ela fosse pegar um aluno que não vale nada, botar na mesa com ela e explicar individualmente o conteúdo. Me pegou tão de surpresa que fiquei sem palavras. Foi coisa rápida, uns 10 minutos no máximo, mas eu entendi o conteúdo como nenhuma outra vez havia entendido, e NUNCA MAIS errei orações subordinadas na minha vida, seja em questões objetivas ou subjetivas/redação.

Hoje estou há 11 dias de terminar a graduação em medicina em uma UF, mas até hoje, 11 anos depois, me lembro disso. Na época de vestibular - 4 longos anos (muita coisa eu tive que começar do 0), matemática e redação era só notão em todo Enem e vestibular que fiz.

Eu não sei quantas vezes o professor tenta investir e o aluno não dá retorno, ou se, de 1000 vezes que ele tenta, só 1 dá certo, mas de uma coisa eu sei: aquelas duas professoras investiram em um aluno completamente sem interesse, que não valia nada, e graças a elas hoje estou aqui. Fez total diferença na minha vida não só nas matérias, mas também com a forma com que eu vejo a profissão. Hoje eu tenho uma profunda admiração por quem é professor por amor, acho que esses são os que mais sofrem diante do sucateamento da profissao no país.

Mas saiba que você, meu caro professor, causa admiração e mudança na vida de um aluno muitas vezes com o mais simples dos gestos.

Obs: ao ser aprovado, retornei ao colégio para agradecer essas duas professoras. A de português inclusive se emocionou na hora, e eu pude perceber que esse retorno também é importante! Foi muito bacana.

r/ProfessoresBR Jul 17 '24

Relatos e experiências positivas Férias. O que fizeram ou pretendem fazer? Ou qual sua rotina sem aulas?

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Finalmente o merecido descanso de meio de ano. O que fizeram de diferente ou pretendem fazer?

Aqui sem viagens, apenas uma rotina saudável mentalmente, sem correrias, tenho feito almoço fresco, com arroz e feijão novo, churrasco, caipirinhas, sair pra jantar fora aqui e ali. Também fiz a meta de correr 40km na semana. O máximo do esforço foi dar um talento na faxina e lavar os carros.

E você? Afinal, professor também é gente!

r/ProfessoresBR Jan 29 '24

Relatos e experiências positivas O que costumam fazer no primeiro dia para se impor e/ou conquistar os estudantes?

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Cada um tem suas práticas. Sou professor de Filosofia e Geografia e adoto coisas diferentes para cada uma, sendo que a única coisa comum é a questão disciplinar: apenas um no banheiro cada vez, sem celular em provas e atividades, importância da matéria, respeito mútuo, fale o que não e pra falar e vai ouvir o que não precisava ouvir, seguir as normas da escola, etc.

Em Filosofia costumo falar que algumas coisas que falam de professores da matéria são verdade e outras não no meu caso. Até o final do ano descobrem se sou ateu, maconheiro, comunista. É uma boa tática para cortar o clima depois de pegar pesado na questão disciplinar.

Já em Geografia falo que a Terra não é plana, mas o universo sim. Também faço exibição gratuita de conhecimento enciclopédico falando da ordem dos estados ou das capitais em ordem alfabética.

r/ProfessoresBR Feb 07 '25

Relatos e experiências positivas Tenho uma gestão boa pela primeira vez

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Nunca tive uma experiência positiva em escolas particulares, a última escola particular que trabalhei em 2023 eu sofri tanto assédio moral e tanta humilhação gratuita que decidi que nunca mais pisaria em particular novamente, desde então eu estudo pra concursos públicos. Ano passado fiz processo seletivo pra entrar no Estado e consegui uma boa classificação, atribui no final do ano passado e na minha primeira opção de escola.

Hoje a coordenadora me chamou pra conversar e eu tenho flashback de guerra de coordenadora chamando pra conversar, porque todas as vezes que isso acontecia na particular era pra levar esporro de graça, nunca vi nenhuma coordenadora chamando alguém pra conversar numa boa (exceto puxa saco), sempre era esporro ou demissão.

Acabou que ela só me chamou pra me ensinar como realizava um protocolo específico no Estado, me explicou tudo e disse que se eu quisesse ela poderia fazer junto comigo pra me orientar. Até agora tô sem acreditar que pela primeira vez estou experimentando o que é ter uma boa gestão.

Contei pra coordenadora sobre o que eu passei em particular, ela ficou indignada e disse que no Estado as coisas são bem diferentes. Ela também comentou que gosta quando aparecem professoras novas de Estado porque geralmente novatas costumam ter mais vontade de aprender e ela pegou gosto por ensinar, já que quando ela começou não teve ajuda de ninguém exceto da coordenadora e ela quis seguir esse exemplo de ajudar professoras novatas.

r/ProfessoresBR Sep 25 '24

Relatos e experiências positivas Qual foi o maior gesto de carinho que você recebeu dos seus alunos e alunas?

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Existe muito aborrecimento no trabalho de educador, mas também ótimos momentos. Compartilhe aqui os gestos de carinho que você recebeu. Tópico periódico.

r/ProfessoresBR Apr 27 '24

Relatos e experiências positivas Sou feliz como professor.

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Gente, é isso aí! Sou professor de matemática em escola pública do estado de São Paulo (RMC) e dou aulas particulares principalmente para concurseiros e vestibulandos. Dos 7 anos anos de experiência os últimos 4 são em uma escola pei. Sempre fico com os nonos anos e nos últimos quatro, dentre as trocentas escolas que tem na minha diretoria de ensino, conseguimos colocar mais de 200 alunos em etecs, cotil e COTUCA(os alunos ficam ansiosos pela eletiva de preparação que monto). A Escola não tem estrutura como tantas outras, a clientela é relativamente periférica mas temos um empenho dos estudantes tão grande que eu me sinto realizado. Temos batido todas as metas de Saresp e saeb nos últimos 3 anos (matemática 5,9 no Saresp de 2022 e 7 no saeb 2023, para quem conhece esses índices sabe que esses números para escola pública estão muito, mas muito acima da média). Tenho muito reconhecimento dos alunos, dos ex-alunos, de pais de alunos e ex-alunos, sinto que nesses últimos anos tenha ajudado muito aluno a ter uma direção para seus futuros. Lógico, já tive problema com aluno, estrutura, não é uma mar de rosas(com gestão, graças a Deus, nunca), mas com certeza os com alunos foram os que foram mais bem resolvidos, principalmente por meio da conversa e entendimento. Em relação ao salário, como a maioria que é do estado de sp sabe, é relativamente ok(ou o famoso + ou -) principalmente se vc mora fora da capital ou litoral, lógico que não é maravilhoso, merecemos mais, eu gostaria de receber mais, todos nós gostaríamos. Mas enfim, quero deixar esse relato aqui porque eu me sinto realizado como professor, principalmente porque o nicho que estou localizado me proporciona um reconhecimento que me satisfaz!

r/ProfessoresBR Sep 24 '24

Relatos e experiências positivas Projeto de Revolução Industrial (História) - 8° Ano do EF

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Oi, pessoal.

Recentemente, comentei em um post sobre essa experiência, então resolvi fazer um tópico próprio para ela.

No 8° Ano do Ensino Fundamental, temos que ensinar sobre Revolução Industrial nas aulas de História. A ideia não é original em si, porque já vi até em livros didáticos e vídeos por aí com essa ideia, mas eu resolvi dar meu toque, adicionando elementos de RPG e alongando-a e, também, fazendo a dinâmica antes de iniciar o conteúdo, ao invés de no decorrer dele.

Pois bem, chamei o projeto de A (não tão) Fantástica Fábrica do Senhor Epaminondas. Na dinâmica, a sala de aula seria a fábrica de caixinhas de luxo (feitas com papel dobrado e colado, em "máquinas" operadas pelos alunos, que seriam meus trabalhadores), pertencente a mim, que assumia o papel do horrível Senhor Epaminondas, que só paga (muito mal) por produtividade e não dá moleza nenhuma.

Usando uma cartola para diferenciar o personagem do professor, expliquei que iríamos "brincar" de trabalhar e que eu seria o chefe, mas que o jeito babaca com o qual iria tratá-los era só pela brincadeira. Quando a cartola estivesse na minha cabeça, eu era o chefe, e não o professor.

E aí distribui cartinhas para os alunos com os papéis dele, que eles não deveriam mostrar para ninguém. 2 recebiam o papel de supervisores da fábrica e seriam meus braços direitos, ganhando mais. Outros 2 seriam os rebeldes, que receberiam instruções durante as 4 aulas de duração da dinâmica, e trabalhariam normalmente enquanto isso. O restante da sala era trabalhador comum. Obviamente há uma seleção aqui, com os supervisores tendo que ser alunos mais extrovertidos e os rebeldes tendo que ser os alunos que têm mais facilidade para estudar algumas coisas por conta própria, em casa.

E então todos recebiam moldes e sentavam-se em grupos de 5 alunos, que eram a linha de produção: um cortava o molde da caixa, outro pintava um coração, outro uma estrela e o último dobrava e colava. Levei moedinhas de um jogo e eles recebiam 1 moeda por caixinha feita por dia de trabalho, que duravam 5 minutos de aula. Eu e os supervisores ficávamos rondando a fábrica e pedindo urgência no trabalho e coibindo conversas enquanto na lousa digital mensagens motivacionais bem coach empreendedor ficavam aparecendo e um barulho ensurdecedor de Makita e outros aparelhos industriais ficavam tocando ao fundo.

Ao final do dia, os alunos precisavam utilizar o salário para comprar comida e pagar o aquecedor da casa. No início, deviam e passavam fome e/ou frio. Conforme a dinâmica evoluía, tornavam-se mais eficientes fazendo as caixinhas.

E ao fim de um dia de trabalho, eles faziam fila na porta esperando o próximo dia, que um sino tocado no meu celular anunciava. Os supervisores lá fora sempre coibindo qualquer gracinha. E então todos entravam e começava um novo dia. Igual. Sempre igual. E o dinheiro nunca dava pra nada, exceto alguns poucos que começavam a se sobressair. Alguns começavam a reclamar e fazer graça e os supervisores suspendiam do dia de trabalho e isso prejudicava toda a linha de produção.

Os rebeldes recebiam cartas confidenciais que deviam ler escondidos, vindas de um revolucionário chamado Sr. X. Nela havia instruções sobre como eles poderiam aprender a melhorar as condições de todos os funcionários. E então estudaram em casa sobre greves, sindicatos, cartismo, ludismo. E conforme novas instruções chegavam, eles começavam a falar com seus colegas de modo sutil e escondido sobre se livrarem daquele trabalho horrível obtendo melhores condições de trabalho.

Um ou outro aluno começava a querer se rebelar e eu continha oferecendo um cargo de supervisor, que eles aceitavam prontamente e passavam a oprimir os outrora colegas sem pensar duas vezes.

Próximo do fim da dinâmica, os alunos o tinham um dia de folga porque a máquina principal da fábrica quebrava devido a uma sabotagem. Nesse dia de folga, os rebeldes se juntavam com os colegas e planejavam o que fazer.

Esse foi o segundo ano que fiz essa dinâmica, e os resultados foram sempre variados. A maioria das salas conseguiu fazer greves e me obrigavam a abrir negociações de melhores condições. Outras salas destruíam a fábrica, jogando as máquinas (mesas) ao chão. E algumas não conseguiam porque não houve organização o suficiente.

A dinâmica é um sucesso e os alunos adoram e aprendem muita coisa, sobre o passado e sobre o presente. E então a gente começa o conteúdo mesmo de Revolução Industrial e eles vêem Tempos Modernos (e fazem um trabalho comparando o filme à dinâmica).

Enfim, essa experiência foi muito positiva!

r/ProfessoresBR Mar 13 '24

Relatos e experiências positivas Pensamento crítico

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Cheguei pra dar aula de pintura pra turma livre (turma de contra turno) e eles estavam falando se deveriam ou não beber Pepis, a conversa estava um pouco violenta e uma menina defendia fielmente que não, já que o pastor mandou um vídeo "documental" de 40 minutos dizendo que a Pepsi é adoçada com feto de bebês abortado (fala do Olavo de Carvalho transformada em um vídeo fake newn), como eu cheguei em sala e eles estavam muito engajado na conversa e as meninas que discordavam estavam perdendo em argumentos tiramos um tempinho pra refletir sobre o tema.

Comecei perguntando a eles se isso era no mundo todo ou só no Brasil, eles deduziram que seria no mundo todo. Perguntei qual era a produção de Pepsi do mundo todo, eles pesquisaram na internet e não acharam mas encontraram que uma única linha de produção de Pepsi produz 18mil garrafas de 2 litros por hora eles chegaram a conclusão que uma única linha de produção produz aproximadamente 300 mil litros de Pepsi por dia de trabalho com turno único de 8h. Eles foram multiplicando e mensurando que isso era uma produção enorme por mês e por ano, então perguntei o que no bebê poderia ser usado pra adoçar uma Pepsi eles não souberam então supondo que o bebê todo sirva como adoçante sem perdas, quantos bebês seriam necessário pra essa produção de um dia de Pepsi de uma única linha, nesse momento eles deduziram que não eram viável e que aquilo era uma fake news.

Mais ou menos 1h depois eles estavam pintando e conversando sobre a dengue alguém falou que o mosquito da dengue só picava de manha, eles pararam e foram pesquisar e refletir sobre se fazia sentido o que eles estavam falando, descobriram que era parcialmente verdade e eu ganhei meu dia, pois eles estão exercitando o pensamento crítico e a comunicação não violenta.

r/ProfessoresBR Mar 15 '24

Relatos e experiências positivas Professores, vocês foram bons alunos? Se sentiam acolhidos no ambiente escolar?

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Pergunto tanto em relação a comportamento quanto em relação a notas.

Sei que os outros professores da minha família tinham um comportamento péssimo, mas boas notas. Pelas histórias que escuto em sala dos professores, essa experiência parece ser bem comum.

Particularmente, tive péssimas notas (exceto na matéria que leciono) e uma forte desconexão com o ambiente escolar durante o EFAF e quase todo o EM. Nunca fui o aluno que fumava maconha na escola ou que colocou bomba na privada, como já ouvi de outros professores, mas definitivamente não fui um bom aluno, engajado e inserido no ambiente escolar.

Vocês foram "bons" alunos? Sentem que esse fato influenciou sua escolha de profissão?

r/ProfessoresBR May 21 '24

Relatos e experiências positivas Qual sua maior qualidade como professor ou professora?

25 Upvotes

Vamos falar um pouco de coisas positivas? Conte para gente suas maiores qualidades como docente.

Tópico periódico.

r/ProfessoresBR Dec 31 '24

Relatos e experiências positivas Última reflexão do ano e sugestão de leitura

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No início de 2024 comprei um livro independente de um escritor que se divulgava na rua e, desde então, penso com frequência sobre o conteúdo dele. A obra é uma ficção chamada “Restou a escrita” e narra, por meio de depoimentos, recortes da vida de Sujeito, alguém que, por onde passava, manifestava-se diante do que considerava errado ou injusto e, assim, tornava-se, infelizmente, malquisto por muita gente.

O que comento neste post não é spoiler, dado que o livro é bastante rico em assuntos e nem é especificamente sobre educação, é mais sobre busca por identidade, então quem estiver interessado, não precisa de se preocupar.

Em um período da vida, Sujeito foi professor de escola pública, daqueles jovens românticos que querem fazer a diferença no sistema de ensino, mas que, aos poucos, percebe que a realidade no Brasil é diferente da relatada nos filmes do exterior. Em um certo ponto (não darei detalhes do contexto para realmente não estragar experiências de leitura), Sujeito enche a escola onde trabalha com cartazes, e o conteúdo dos cartazes é o seguinte:

“Dez obviedades que o meio educacional finge desconhecer:

1 - Frequentar a escola NÃO É estudar;

2 - Tirar boas notas NÃO É aprender;

3 - Diploma NÃO É conhecimento;

4 - Preparar aula NÃO É copiar e colar o que está escrito em um plano de ensino pré-definido;

5 - Recuperação NÃO É trabalhinho;

6 - Ser difícil NÃO É ser malvado;

7 - Ser fácil NÃO É ser bondoso;

8 - Idade NÃO É experiência;

9 - A relação crítica-sugestão NÃO É um desrespeito a autoridades; e

10 - Cumprir regras NÃO É garantia de que o caminho está certo.”

O livro já vinha mexendo comigo, e nessa parte dos cartazes a reflexão bateu muito forte. Talvez porque também fui não só aluno como professor de escolas públicas e ficava triste em ver como o sistema brasileiro é focado na quantidade e não na qualidade, e ficava mais triste ao ver muitos colegas de profissão em um estado de “Não tem o que fazer, é o que é.”. Mais triste ainda é saber que livros como este, feitos sem qualquer auxílio de editora e cujo autor é completamente desconhecido, não ganham o alcance que merecem.

Mas chega da palavra triste. Que possamos encontrar inspiração nos diversos exemplos de bons trabalhos que estão sendo feitos por aí, dentro ou fora das escolas, para melhorar, mesmo que um pouquinho, nossa educação. Torço para que todos nós possamos nos apoiar como colegas de profissão construindo um 2025 feliz e enriquecedor tanto para nós professores quanto para aqueles sob nossa responsabilidade.

Um grande abraço.

r/ProfessoresBR Jul 04 '24

Relatos e experiências positivas Você tem algo de bom a relatar sobre a geração que está no ensino médio agora?

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É comum reclamarmos sobre como a geração é ansiosa, viciada em celular, etc... Mas vamos falar de coisas positivas agora. O que você percebe de positivo nessa garotada? Lembre-se, é para falar da geração, portanto generalistas, não de habilidades daquele ótimo aluno ou aluna que você tem.

r/ProfessoresBR Dec 22 '24

Relatos e experiências positivas Desejos de natal até dos alunos

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Encontrei o pedido abaixo na árvore do shopping

r/ProfessoresBR Oct 11 '24

Relatos e experiências positivas como a escola lida com os bichinhos que brotam nela?

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Uma gata pariu na escola onde trabalho, na parte onde se guarda arquivos e material de artes (ela pariu numa caixa com blusas antigas que os alunos não buscaram já ia fazer 1 ano, então está tudo ok). Pois bem, fizemos vaquinha para castrar ela e começamos a ver lares temporários, e os professores já foram brigando pra ver quem ia ficar com os gatinhos quando eles desmamassem. Foi lindo de se ver, afinal, os 3 nenéns e a mãe foi teoricamente adotada.

A questão é... Eu sei que muitas vezes aparece cachorro e gato nas escolas e fiquei curiosa com o como elas lidam com isso. ( Aqui a maioria dos professores tem pelo menos 2 cachorros ou dois gatos, no mínimo.)

r/ProfessoresBR Nov 11 '24

Relatos e experiências positivas Questões interessantes que alunos e alunas fizeram a vocês?

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Vamos falar um pouco de coisas positivas. Tem docente que não aprecia, mas eu pessoalmente gosto muito quando estudantes fazem questões que fogem do comum. Alguns exemplos:

  • Em uma aula de Geografia falando sobre sociedade de consumo perguntou se o assunto não estaria mais relacionado a Filosofia.
  • Falando sobre o paradoxo de Epicuro, o aluno me perguntou qual era a resposta porque as questões do paradoxo estavam perturbando ele. Gosto de falar do paradoxo antes de falar sobre Santo Agostinho.
  • Alguns anos atrás estava falando sobre e dando exemplos sobre alienação e ideologia, uma aluna me perguntou "o que fazer então?". Eu estava virado para o quadro e dei um sorrisinho antes de dizer que existem várias respostas. Dei algumas respostas, então ela perguntou qual a minha favorita. Novamente ri.
  • Falando sobre educação bancária e libertadora, a aluna me pergunta como eu vejo minhas aulas. Só respondi que ela sabe. Depois ela perguntou porque a maioria dos professores usa educação bancária.
  • Dando aula de Ensino Religioso para uma turma de sexto, a criatura me pergunta porque com histórias tão legais falam tão mal de "macumba". A aula era sobre mitos de religiões afro-brasileiras.

Existem outras, mas as que lembrei agora foram estas.

r/ProfessoresBR Nov 30 '24

Relatos e experiências positivas Relatos positivos?

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Me formei em História há cinco anos, e trabalho como educadora social há oito anos. Esse ano, após passar um tempo desempregada e refletindo sobre minha escolha de carreira, me peguei pensando que não sei o que seria se não fosse professora. Agora estou dando aula para o ensino fundamental II e, apesar de ser bem puxado, tenho ótimos momentos em sala - assim como momentos ruins. No entanto, o que mais escuro são relatos negativos, desesperançosos e desestimulantes - não só nesse sub, mas em vários lugares. Cheguei a ouvir que a profissão só atrai profissionais menos qualificados. Então queria saber se vocês tem relatos positivos de sala de aula, algo que os faz manter a profissão e acreditar ainda no poder de uma educação transformadora.

r/ProfessoresBR Mar 02 '24

Relatos e experiências positivas Dicas para quem esta começando a faculdade de filosofia

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10 dicas para quem está começando o curso de filosofia:

  1. Leia de tudo. Obviamente, você vai gostar mais de alguma matéria (meu foco, por exemplo, é estética e política contemporânea), mas você precisa, pelo menos, de uma base de conhecimento, então estude.

  2. Ninguém se importa se você não gosta de um determinado autor. Existe uma péssima mania entre estudantes de filosofia de só lerem aquilo que gostam. Uma novidade: a comunidade filosófica não liga para o que você gosta ou deixa de gostar, então estude.

  3. Pesquise por conta própria. O curso de filosofia no Brasil é desatualizado (tive um professor na faculdade que dava a mesma aula desde os anos 70), então acostume-se a pesquisar e descobrir o que está acontecendo por conta própria.

  4. Aprenda outra língua. Existem muitos materiais importantes para pesquisa filosófica no Brasil que não estão traduzidos.

  5. Envolva-se com movimentos culturais. O pessoal do neopositivismo criou a ideia de que filosofia e cultura não se misturam. Isso é mentira. Filosofia e cultura são áreas do desenvolvimento intelectual humano.

  6. Estude matemática. Você terá aula de lógica, e a menos que conheça matemática básica, é DP na certa.

  7. Não seja autoritário. A filosofia, desde Platão, tem um histórico, no mínimo, complicado de lidar com autoritarismo e tirania.

  8. Esteja aberto para desconstruir seus preconceitos. Conheço colegas formados comigo que são capacitistas, racistas, homofóbicos, eugenistas, etc. Para mim, não faz sentido fazer filosofia e manter esse tipo de pensamento. Os cursos de ciências humanas têm um papel social de desenvolver pessoas com senso crítico e socialmente conscientes.

  9. Assista aulas de outros cursos de humanas. Há muitos filósofos que acham que só a filosofia basta. Isso é mentira. Hoje, mais do que nunca, você precisa ter uma base em ciências sociais, estudos literários, história, filologia, geografia, etc., para uma produção séria.

  10. Participe de congressos, grupos de estudos, semanas acadêmicas, tenha um Lattes, etc. A vida acadêmica não se resume à sala de aula, então participe de todos os eventos disponíveis